Fogão ecológico produz energia no Acre
junho 10, 2008
Com tecnologia nacional, comunidades isoladas do Acre já podem ver TV e escutar músicas sem rádios de pilha. Tecnologia começa a ser industrializada ainda neste ano.
Um fogão criado pelo engenheiro mecânico, Ronaldo Sato, e desenvolvido em parceira com a Fundação de Tecnologia do Estado do Acre (Funtac), transformou a realidade de 27 famílias de seringueiros que vivem em mata fechada, como a comunidade da reserva extrativista Chico Mendes, em Xapuri, no Acre. Eles agora têm acesso à energia elétrica. Desenvolvido desde 2004, o projeto tem como financiadora a Eletronorte e parceiros como o governo do estado do Acre, Eletroacre, Embrapa e UFAC.
O fogão, que pesa em torno de 140 kg, além de uma bateria de 20 kg, funciona com o vapor de uma pequena caixa d’água aquecida, que passa para um motor acoplado a um gerador e transforma energia mecânica em energia elétrica, armazenada numa bateria. O uso dos fogões, que foram instalados na resex Chico Mendes, é acompanhado de perto pelos técnicos da Funtac para anotar as observações dos usuários e fazer modificações necessárias para atender suas exigências.
Uma das vantagens do fogão ecológico é que ele consome cerca de 30% menos lenha que o fogão tradicional. A produção de energia permite ligar três lâmpadas 12 Volts, uma televisão e um rádio a 110 Volts.
Para os técnicos, a inovação tecnológica vai além da geração de energia elétrica e economia no consumo de lenha, pois ela tem um manejo simples, pouca manutenção a ser operada pelos usuários, não emite fuligem, é ambientalmente correto e produzido com componentes nacionais.
Prêmio
O projeto do fogão já foi vencedor, em 2006, do prêmio Inovação Tecnológica oferecido pela Financiadora de Estudos e projetos (FINEP). O fogão recebeu medalha de ouro na categoria inovação social, já que serve aos propósitos do programa Luz para Todos no estado do Acre, mas ainda não está incluído no programa.
A logística, uma das grandes dificuldades enfrentadas na região amazônica, é também complexa na hora de transportar o fogão. Ele é levado até certo ponto de caminhão e, depois, carregado nas costas de vários homens por um ramal (pequena estrada aberta na mata) até chegar à comunidade.
Produção em escala
Segundo o engenheiro químico e pesquisador da Funtac, Carlos Eduardo Garção de Carvalho, o fogão deverá em breve ser disponibilizado para outras comunidades. Colaborador do projeto, Carlos Eduardo diz que já foram feitas algumas discussões com a iniciativa privada para que a nova tecnologia seja consolidada no estado do Acre. Uma empresa, já instalada em Rio Branco, será responsável por industrializar 500 unidades por mês e gerar 50 empregos diretos. Segundo o convênio firmado com o governo do Acre, as operações da nova fábrica estão previstas para começar ainda neste ano.
Notícias da Amazônia (por Camila Fiorese)
Fotos: Arquivo Funtac e Eletronorte
Primeira fábrica de fogões “Gera Luz” será inaugurada no Acre
dezembro 11, 2008
Com a indústria, serão fabricados cerca de 500 fogões por mês, e gerados 50 empregos diretos
Depois de quatro anos de trabalho dos pesquisadores do Centro de Referência de Energia de Fontes Renováveis - resultado de uma parceria da Fundação de Tecnologia do Estado do Acre (Funtac), Eletronorte, Universidade Federal do Acre (Ufac), Eletroacre, entre outros parceiros - será inaugura nesta quinta-feira, 11, uma fábrica de microgeradores de energia, os fogões ecológicos chamados de Gera Luz, fruto das pesquisas do Centro.
O fogão foi desenvolvido para gerar energia e atender a comunidades isoladas. Inventado por Ronaldo Muneo Sato, o fogão tem capacidade de gerar energia para cinco lãmpadas e uma televisão. Todo projeto foi orçado em R$ 675 mil. Em 2007, a partir dos resultados adquiridos após diversos testes em laboratório, foram montados 27 fogões para serem instalados em comunidades isoladas.
A partir de reuniões realizadas com as comunidades, foi feito o cadastramento das famílias que vivem em três seringais da Reserva Extrativista Chico Mendes, no município de Xapuri: Floresta, Boa Vista e Nazaré. O fogão permite atender as famílias dispersas em áreas de difícil acesso, como seringueiros, ribeirinhos e indígenas. Antes da chegada dos fogões, as famílias usavam outras fontes para iluminar suas casas, ouvir o rádio e também para cozinhar seus alimentos, como lamparinas, porongas, lampiões, velas, lanternas, pilhas e fogão de barro.
O sistema é composto por um fogão gerador de energia, uma bateria, um inversor de carga, um controlador de carga e materiais periféricos (fios, lâmpadas, interruptores etc). As luminárias funcionam em corrente contínua (12 Volts), e o ponto para televisão (tomada) em corrente alternada (127 Volts).
Depois da experiências com as primeiras comunidades, a Funtac deu início a um processo de busca por parceiros da iniciativa provada para industrialização do Gera Luz. Depois de algumas discussões com a Damp Elétric Engenharia Torres e Ferragens S.A. foi criada uma nova empresa acreana denominada Energer Geradores de Energias Renováveis, que vai industrializar 500 unidades por mês em Rio Branco e gerar 50 empregos diretos.
fonte:
www.opisadoeoabsoluto.blogspot.com